Marca d’ África

Luiza Pinto Basto Bobone foi para Moçambique na volta dos anos sessenta, acompanhando o marido, João Bobone, primeiro na Sena Sugar, em Milange, e depois na Madal, em Tacuane e em Quelimane.

Para uma pessoa da sua geração e condição, nascida e educada numa família tradicional do Portugal dos tranquilos anos cinquenta, o contraste não podia ser maior.

Uma mulher jovem, bonita e elegante da sociedade lisboeta saía do seu casulo para se encontrar no meio da África profunda, numa África que ainda tinha febres, feras, rios caudalosos e “indígenas”.

Era preciso coragem e determinação para enfrentar essa nova realidade e aí criar família, vencendo os preconceitos dominantes.

Nesta espécie de longa carta aos filhos, netos e descendentes, Luiza Bobone quis deixar escritas a suas memórias e, muito especialmente, a sua história em África e com África. Uma história particular mas que foi também a de muitos portugueses e que por isso é parte da nossa História.

Jaime Nogueira Pinto